A partir de 1º de janeiro, os carros novos vendidos no Brasil serão menos poluentes.As mudanças promovidas pela fase 7 do Programa de Contro
A partir de 1º de janeiro, os carros novos vendidos no Brasil serão menos poluentes.
As mudanças promovidas pela fase 7 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, o Proconve, serão as maiores dos últimos anos, e não incluem apenas ajustes nos motores.
Há novas exigências de emissão evaporativa de gases já na entrada do tanque de combustível, o que vai exigir a instalação de canisters maiores e formas mais rigorosas de medição dos gases no escape. Por fim, os índices de emissões terão que ser válidos por mais tempo – dez anos ou 160 mil km, em vez dos 80 mil km da fase anterior.
Ainda que os carros mais novos já tenham sido desenvolvidos pensando na nova fase do Proconve, uma série de modelos vendidos no Brasil possuem projetos com mais de uma décadas de criação. Assim, as fabricantes têm duas opções: abrir os cofres e investir em atualizações ou tirar esses produtos de linha.
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Como nem sempre vale a pena colocar dinheiro para melhorar um produto que não vende tão bem, a saída pode ser “matar” algum modelo. A lista dos que deixaram (ou vão deixar) de ser produzidos em 2021 já passa de 30.
Desses, ao menos seis modelos e quatro motores vão dar adeus ao público brasileiro por não atenderem ao Proconve L7. Outros três modelos terão suas gamas reduzidas, já que algumas versões também não cumprem os novos requisitos básicos. Autoesporte listou esses casos:
Chevrolet Joy e Joy Plus
A Chevrolet ainda não confirmou oficialmente, mas vai tirar de linha a geração antiga de Onix e Prisma, rebatizados como Joy e Joy Plus. De acordo com o diretor de marketing da Chevrolet, Rodrigo Fioco, os dois modelos representam de 5% a 10% das vendas da linha Onix, volume que não justifica a continuidade da produção.
Porém, a decisão não é apenas mercadológica. Para que eles continuassem sendo vendidos no Brasil, o motor 1.0 aspirado de quatro cilindros e 80 cv teria que passar por mudanças para atender à legislação de ruídos e emissões que entra em vigor em janeiro.
Ou Joy e Joy Plus passarem a usar o motor 1.0 de três cilindros do Onix e Onix Plus, algo impensável, considerando os custos de adaptação e homologação. Assim, o destino deles é ter a produção encerrada até o fim de dezembro.
Fiat Uno
Depois de quase 40 anos, o Uno vai sair de linha. Além de estar sendo “sufocado” nas vendas por Mobi e Argo, o veterano ainda teria que passar por adaptações no motor 1.0 Fire para continuar sendo produzido a partir de 2022.
Como os emplacamentos não justificam os investimentos para realizar as mudanças, o hatch compacto sairá de cena. É possível que a Fiat faça algum tipo de homenagem, provavelmente com uma série especial de despedida.
Fiat Doblò
Esse é um dos veículos em linha há mais tempo na mesma geração no Brasil. Lançado em 2001, o Doblò emplacou mais de 160 mil unidades. Nos últimos anos, porém, as vendas foram discretas — menos de 4 mil exemplares em 2020.
Esse fator, junto com a defasagem tecnológica e o fim da produção do motor 1.8 aspirado para modelos nacionais, culminaram com a saída de linha do monovolume veterano.
Apesar de ser uma das opções mais acessíveis para quem busca um modelo de sete lugares, o Doblò não oferecia itens considerados essenciais em veículos de mais de R$ 100 mil. É o caso de central multimídia e controles de tração e estabilidade.
O motor 1.5 aspirado que equipa a dupla Fit e WR-V – além da antiga geração do City que acaba de sair de linha – é outro que será descontinuado no Brasil, declarando o fim destes modelos. O Fit sairá de linha sem deixar um sucessor, já que a fabricante entende que seu público poderá se interessar pelo inédito City hatchback.
Já o WR-V terá um substituto nos próximos anos, pois a Honda confirmou um SUV inédito abaixo do HR-V para mercados emergentes. A exemplo da nova geração do City, ele deverá aparecer primeiro na Tailândia antes de ser apresentado no Brasil. Sua estreia deve acontecer em meados de 2023.
Volkswagen Gol, Saveiro e Voyage 1.6 manual
As novas normas do Proconve L7 também vão declarar o fim do motor 1.6 de 8 válvulas da Volkswagen, conhecido pelo código EA111. Desde que o Fox saiu de linha, os únicos modelos da marca alemã que ainda levam este propulsor são os longevos Gol e Saveiro, produzidos em Taubaté (SP). Ao longo dos quase 25 anos de mercado, o EA111 também equipou Golf, Polo e até o Audi A3.
A Volkswagen continuará oferecendo o Gol com motor 1.0 de três cilindros e a unidade 1.6 MSI, mais moderna que o EA111, com 16 válvulas. Já a Saveiro deve continuar em linha apenas com o motor 1.6 MSI.
Não será imediato
A entrada em vigor do Proconve L7 significa que a produção desses modelos não poderá ocorrer a partir de 1º de janeiro. Porém, como as fabricantes trabalham com estoques, é provável que alguns deles ainda estejam disponíveis nos primeiros meses de 2022, a exemplo do que aconteceu em 2014, quando airbags e freios ABS passaram a ser obrigatórios.
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