Foram mais de 160 mil unidades vendidas desde 2001; sem atualizações há muito tempo, monovolume sai de cena de forma discreta.Fiat Doblò
Foram mais de 160 mil unidades vendidas desde 2001; sem atualizações há muito tempo, monovolume sai de cena de forma discreta.
Fiat Doblò sai de linha depois de 20 anos. Depois de Mitsubishi Pajero Full e Volkswagen Fox, outro Highlander deixará o mercado brasileiro até o final do ano. O veterano da vez a se despedir é o Fiat Doblò, lançado há 20 anos e, desde então, à venda na mesma geração.
Lançado no Brasil no final de 2001, o modelo teve mais de 160 mil unidades emplacadas. Porém, apenas 12 em novembro. As vendas baixas são um indicativo de que o fim está próximo.
Outro sinal é que o motor 1.8 usado pelo modelo está saindo de linha no país – ele seguirá em produção em Campo Largo (PR), mas apenas para exportação. Fontes ouvidas por Autoesporte dizem que a produção do Doblò em Betim (MG) já foi encerrada. Não haverá série especial de despedida.
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Referência em espaço interno e versatilidade, o Doblò estava longe de ser considerado um carro moderno. Um indicativo disso é que seu melhor ano nas vendas foi o distante 2013, quando emplacou pouco mais de 13 mil unidades. De lá pra cá, os números caíram de forma sucessiva. O ponto mais baixo foi 2020, com 3.342 veículos comercializados.
Uma das explicações é o preço alto. Ainda no site da Fiat, o Doblò aparece em versão única, partindo de R$ 115.990. Em troca, o cliente leva pouco mais do que o básico. Há vidros e travas elétricos, direção hidráulica, ar-condicionado, computador de bordo e desembaçador do vidro traseiro.
Rádio, rodas de liga leve, ajustes elétricos dos retrovisores, limpador traseiro, sensor de estacionamento, faróis de neblina e comandos de som no volante são oferecidos como opcionais, por R$ 4.550. Adicionando pintura metálica, a etiqueta acusa R$ 123.440.
Tudo isso por um carro que não tem central multimídia, controles de tração e estabilidade, ar-condicionado digital, faróis com acendimento automático, câmbio automático e câmera de ré.
A cifra é mais alta do que o moderno Jeep Renegade Sport com todos os opcionais (R$ 114.120). É mais caro também do que a única concorrente direta, Chevrolet Spin, que não passa de R$ 120 mil.
Aula de versatilidade
Hoje ultrapassado, o Doblò foi, durante muitos anos, a forma mais prática de levar 7 pessoas.
Afinal, com 4,25 metros de comprimento, o monovolume é apenas um pouco maior do que um hatch pequeno. Apesar do porte compacto, e do discreto entre-eixos de 2,56 m, tem um enorme porta-malas de 665 litros.
Mesmo com os dois bancos extras montados no compartimento, permitia acomodar malas pequenas. A profusão de porta-objetos na cabine e a posição de dirigir mais alta agradavam em cheio às famílias mais numerosas.
O que nem sempre agradava era o desempenho. Principalmente nas motorizações menos potentes, como o 1.3 16V Fire de 80 cv da época do lançamento e o 1.4 8V Fire de 86 cv lançado anos depois.
Ao longo dessas duas décadas, o Doblò ainda foi oferecido com motores 1.6 16V de 106 cv, 1.8 8V de 114 cv e o atual 1.8 16V de 132 cv. Esse último, o grande “culpado” pela morte do monovolume, já que não atende à legislação de ruídos e emissões que entra em vigor em 1º de janeiro.
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