Níveis máximos foram atingidos em algumas das principais regiões do estado, de onde sai um terço do alimento. Aumento da procura e custo com ração pux
Níveis máximos foram atingidos em algumas das principais regiões do estado, de onde sai um terço do alimento. Aumento da procura e custo com ração puxam cotações.
Valor do ovo aumenta no atacado em SP. O preço do ovo branco no atacado está batendo recorde em algumas das principais regiões produtoras de São Paulo, estado de onde vem um terço do alimento, mostra levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.
Leia também:
As cotações são puxadas pelo aumento do custo da ração e por uma maior procura do consumidor, diante da alta do preço da carne. Com o avanço nas granjas, os preços podem subir também nos supermercados nos próximos dias, segundo especialistas.
De acordo com a analista de mercado de ovos do Cepea Juliana Ferraz, até o dia 13 de outubro, as cotações mensais da caixa do ovo branco com 30 dúzias atingiram, na média, seus maiores valores nominais (sem considerar inflação), nas seguintes regiões:
- Grande São Paulo: R$ 134,01
- Grande Campinas (SP): R$ 129,36
- Guararapes/Mirandópolis (SP): R$ 128,24
- Bastos (SP): R$ 127,83
“A expectativa é de que essa alta seja repassada para o consumidor, do mesmo jeito que já foi possível ver esse aumento em setembro. Quando as carnes sobem muito de preço, o ovo também sobe, por causa do aumento da procura”, afirma André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em São Paulo, por exemplo, a dúzia de ovos brancos no varejo teve leve alta entre agosto e setembro, de R$ 8,37 para R$ 8,80. Em setembro do ano passado, essa compra saía, em média, por R$ 6,67, segundo dados do Procon-SP.
A analista do Cepea não descarta também a possibilidade novos aumentos no varejo. “A tendência é fazer esses repasses […] E, apesar de ter sido uma alta nominal, como a renda está fragilizada, qualquer aumento já é sentido pelo consumidor”, diz Juliana.
No Brasil, o preço do ovo para o consumidor avançou 16% em 12 meses até setembro. Em algumas regiões metropolitanas, o alimentou disparou acima de 20%, como no Rio de Janeiro, Grande Vitória, Curitiba e Recife.
Tradicional alternativa de proteína quando os preços das carnes sobem, o alimento já não tem sido uma opção para muitos brasileiros. Com o empobrecimento da população, muitos estão recorrendo até mesmo a ossos de carnes, que também subiram de preço, assim como os cortes nobres.
No campo
A analista de mercado de ovos do Cepea Juliana Ferraz diz que os recordes refletem o aumento dos custos com a ração no campo, como milho e farelo de soja, que atingem máximas no mercado internacional.
Para ela, a tendência é que os preços pagos ao produtor se mantenham elevados, mesmo com a expectativa de baixas na segunda quinzena de outubro. Nos últimos dias de cada mês, é normal que granjas baixem preço para não acumularem estoques.
“Em relação ao ovo vermelho, nenhuma praça sinalizou preço recorde. Ainda estamos longe de atingir esse patamar”, detalha, explicando que a produção de ovos brancos é maior em relação aos marrons.
COMENTÁRIOS