Cresce a procura pelo treino em jejum, mas especialistas alertam para os riscos à saúde e a importância de acompanhamento profissional.Cada vez
Cresce a procura pelo treino em jejum, mas especialistas alertam para os riscos à saúde e a importância de acompanhamento profissional.
Cada vez mais pessoas têm experimentado treinar sem comer nada antes, especialmente com a popularização do jejum intermitente. A prática pode trazer benefícios para quem deseja emagrecer, mas exige planejamento e conhecimento sobre as necessidades do próprio corpo, pois em alguns casos pode trazer mais riscos do que vantagens.
Para quem deseja ganhar massa muscular, por exemplo, o treino em jejum pode não ser indicado. Sem uma reserva alimentar, o corpo pode acabar usando os músculos como fonte de energia, levando à perda de massa magra, o que prejudica os resultados para quem busca hipertrofia.
Segundo o nutricionista esportivo Felipe Marangon, da Premiere Training Gym, em Brasília, o principal efeito do treino em jejum é o aumento do gasto calórico. “Sem comida disponível, o corpo recorre às reservas de gordura para obter energia, o que pode ajudar no emagrecimento e também a tornar a insulina mais eficaz no controle de açúcar no sangue”, explica Marangon. Em alguns casos, essa prática pode até elevar os níveis de testosterona.
Para quem deseja aderir ao treino em jejum, a recomendação é que o exercício não ultrapasse 60 minutos e que o acompanhamento profissional seja constante para ajustar a intensidade e a duração da atividade.
A endocrinologista Priscilla Martins, da Faculdade Uniguaçu, sugere que a adaptação ao jejum seja gradual. “O ideal é começar se exercitando duas ou três horas após uma refeição e ir aumentando o tempo sem comida aos poucos, até chegar ao treino com cerca de sete horas de jejum, como ocorre nas atividades da manhã”, orienta.
Apesar dos possíveis benefícios, o treino em jejum também traz riscos. Priscilla reforça que a perda de peso ocorre principalmente pelo déficit calórico, ou seja, consumindo menos calorias do que se gasta. O jejum pode ser eficaz para alguns, mas é preciso cuidado: o treino intenso sem alimentação pode levar à queda de desempenho, tonturas, hipoglicemia e, em casos extremos, desmaios.
Além disso, Marangon alerta para o risco de catabolismo muscular, onde o corpo, em falta de energia, começa a consumir a musculatura como combustível. “Essa falta de energia pode causar fraqueza, tonturas e até quedas de pressão”, completa o nutricionista.
Em resumo, o treino em jejum é uma estratégia que pode ajudar, mas não é para todos. Avaliar seus objetivos, entender os limites do seu corpo e contar com acompanhamento profissional são os melhores caminhos para evitar problemas e aproveitar o que essa prática pode oferecer.
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