Inflação que os consumidores 'sentem no bolso' é diferente do índice divulgado pelo IBGE; aprenda os motivos e como calcular as despesas para manter o
Inflação que os consumidores ‘sentem no bolso’ é diferente do índice divulgado pelo IBGE; aprenda os motivos e como calcular as despesas para manter o orçamento sob controle.
A inflação oficial no país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,16% no mês de setembro de 2021 na comparação com agosto do mesmo ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto a inflação que os consumidores sentem no bolso é bem alteado das estatísticas divulgadas mês a mês pelo órgão de pesquisas.
Isso em razão, enquanto no IPCA é avaliada uma cesta de mais de 300 produtos e serviços no país, a inflação pessoal depende de fatores como hábitos de consumo, renda e número de pessoas que moram na mesma casa.
Se o que o consumidor costuma comprar não subir mais que a média, o impacto para ele será menor em comparação com aquele que está consumindo justamente a cesta de produtos e serviços com maior variação de preços.
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Para as famílias de menor renda, tal como, dedicam parcelas maiores dos gastos à alimentação. Já para com a maior renda, reservam boa parte do orçamento para educação, saúde e lazer. Quem tem carro, por exemplo, vai sentir mais no bolso a alta da gasolina. Quem come mais carne vai sentir mais se esse produto subir.
É o que diz a aposentada Bruna Oliveira. “Perdi totalmente o controle das minhas contas. Os produtos subiram muito. E o salário não acompanhou esse aumento”, ressalta.
De acordo com especialistas a inflação é notada de maneira desigual de acordo com a quantidade de pessoas e da configuração da família, além da renda que determina a cesta e das preferências do consumo. Esse tripé faz com que as pessoas sintam a inflação de forma diferente.
“É por isso que a inflação tem um peso diferente no dia a dia de cada um. Ela pode ser enxergada através dos reajustes anuais nas mensalidades escolares, nos produtos mais caros no supermercado e no aumento nas contas de consumo, como água e luz, por exemplo”, completa a economista Júlia Rezende.
Contas
Da mesma maneira que o IBGE calcula o IPCA comparando a variação dos preços de um período para outro, os consumidores podem anotar todas as suas despesas para saber quanto e em quais itens eles estão gastando mais.
Veja o passo a passo:
Para isto, o consumidor pode anotar os gastos usando o mesmo critério utilizado pelo IPCA, que inclui nove grupos de despesa para fazer a pesquisa.
- Alimentação: aqui entram itens como alimentos e bebidas consumidos e também as refeições fora de casa.
- Habitação: itens como água, energia elétrica, gás e aluguel.
- Artigos de residência: itens como mobiliário, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
- Vestuário: itens como roupas, calçados, joias e bijuterias.
- Transportes: itens como combustíveis, transporte público, passagem aérea e despesas com automóvel.
- Saúde e cuidados pessoais: itens como despesas médicas, medicamentos, plano de saúde e produtos de higiene e beleza.
- Despesas pessoais: itens como cabeleireiro, hospedagem, recreação e empregado doméstico.
- Educação: itens como mensalidades de escola, cursos e material de papelaria.
- Comunicação: gastos com itens como telefonia, internet, streaming e TV por assinatura.
No entanto os gastos precisam ser todos anotados por dois períodos seguidos, que podem ser meses ou anos, para ser possível fazer a comparação. A partir disso, é possível colocar os gastos dentro de cada classe de despesa. As despesas de cada grupo devem ser somadas em cada período, fazendo uma coluna para as despesas do primeiro período e outra para as do segundo. Tendo esses números em mãos, é possível calcular o percentual de aumento de cada grupo. Contudo, esses cálculos, você saberá onde gastou mais e onde as despesas aumentaram mais e onde é possível cortar para manter o orçamento em dia.
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